quinta-feira, 29 de março de 2012

HOMENS DO MEU TEMPO #01



Mário Alberto Freire Moniz Pereira, o "Senhor Atletismo", nasceu a 11 de Fevereiro de 1921, em Lisboa.

Vizinho do Dr. Salazar Carreira, no prédio situado na Av. da República, 5, considera ter sido este o grande responsável pelo seu interesse pelo Desporto.
Foi preciosa a ajuda que dele recebeu para a sua formação, com a leitura de dezenas de livros e jornais estrangeiros que, de "janela a janela" lhe facultava. Foi praticante de Andebol, Basquetebol, Futebol, Hóquei em Patins, Ténis de Mesa, Voleibol e Atletismo.

É licenciado em Educação Física pelo Instituto Nacional de Educação Física  de Lisboa, onde foi professor durante 27 anos.

Em 1939, ingressou no Sporting Clube de Portugal como praticante de Ténis de Mesa, mas foi como jogador de Voleibol que se sagrou Campeão Nacional pelos Leões, nas temporadas de 1953/54 e 1955/56.
Foi ainda preparador físico da equipa de futebol do Sporting, então dirigida por Fernando Vaz, em 1970 e 1971, sagrando-se Campeão Nacional no primeiro ano  e vencendo a Taça de Portugal no segundo.

Mas foi no Atletismo que mais se destacou. Começou por se sagrar campeão universitário de Portugal de triplo salto e recordista nacional, tornando-se treinador da equipa do SCP a partir de 1945, conquistando 30 campeonatos nacionais de pista masculinos (1946 a 1988), 24 campeonatos nacionais de pista femininos (1946 a 19879), 33 campeonatos nacionais de corta mato masculinos (1948 a 1991) e 12 taças dos clubes campeões europeus de corta mato (1977 a 1992).
Mário Moniz Pereira foi um "fazedor" de campeões que projectaram Portugal no desporto mundial, desde Álvaro Dias a Domingos Castro, passando por Manuel de Oliveira, Armando Aldegalega, José Carvalho, Helder de Jesus, Aniceto Simões, Carlos Lopes, Fernando Mamede e Dionísio Castro.
Esteve presente como técnico, jornalista e selecionador de atletismo em 12 Jogos Olimpicos, 5 Campeonatos do Mundo, 13 Campeonatos da Europa, 15 Taças da Europa, 22 Campeonatos do Mundos de Corta Mato e 18 Taças dos Clubes Campeões Europeus de Corta Mato.
Foi director técnico da FPA, seleccionador nacional de altletismo e de voleibol, presidente da comissão cental de arbitros de voleibol e arbitro internacional no campeonato do mundo, em Paris'56.

É sócio honorário da Associação Internacional de Treinadores de Atletismo.

Foi distinguido com a Medalha de Mérito Desportivo em 1976 e 1984, condecorado com  a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique em 1980, Comenda da Ordem de Instrução Pública em 1984, Medalha de Mérito em Ouro em 1985, nomeado Conselheiro da Universidade Técnica de Lisboa em 1985, galardoado com a Ordem Olímpica em 1988 e condecorado com o grau de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique em 1991.

Fez parte da Comissão de Honra do Centenário do SCP, do qual era na altura o sócio nº 2 e foi também dirigente do clube, primeiro como Vice-Presidente para as actividades desportivas amadoras, nas direcções João Rocha e, depois, também como Vice-Presidente com o pelouro das modalidades, entre 02 de Junho de 1995 e 26 de Março de 2011, atravessando assim todo o período que ficou reconhecido como "Projecto Roquete".

Em 30 de Outubro de 2000, foi-lhe atibuido, em Assembleia Geral do Sporting, por unanimidade, o Leão de Ouro com Palma, o mais alto galardão do Clube, contando ainda com o Prémio Stromp na categoria de Técnico Amador de 1964, mas apenas o facto de ter feito parte do Grupo Stromp durante muitos anos, o impediu de coleccionar mais "Óscares" do Sporting.

Mantém com grande dinamismo a Associação de Amizade Portugal - Portugal, por si fundada há duas décadas, com o intuito de "pôr a falar os portugueses", nas suas palavras. Tem publicados quatro títulos sobre temas desportivos, entre eles "Carlos Lopes e a escola portuguesa do meio fundo".

Actualmente, é Vice-Presidente do Conselho Directivo do Sporting Clube de Portugal.



2 comentários:

  1. O "Senhor Atletismo" e está tudo dito! Foi, é e vai ser - senão o maior - um dos maiores.

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  2. Concordo 100% com o Carlos. Senhor Atletismo é o que se lhe pode chamar pois de resto não há mais palavras para descrever tudo o que fez!

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